segunda-feira, 15 de julho de 2013

Por que a Igreja Católica não se preocupa com a perda do número de fiéis?

O portal UOL publicou uma matéria em que dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), diz que o crescimento de evangélicos no Brasil e no mundo impulsionou um "despertar" da Igreja Católica, que, na opinião dele, estava "acomodada".



Na condição de católico e de jornalista procurei explicar que para a Igreja esse tipo de matéria, falando do percentual de católicos no mundo, não tem a menor importância. A Igreja Católica não se preocupa nem um pouco com sensos, dados estatísticos.


E por que a Igreja Católica não se preocupa com números? Porque a missão evangelizadora confiada à Igreja Católica seguirá o seu curso, com força e vigor independentemente de dados numéricos. A Igreja Católica não briga por fiéis. Diferentemente de religiões, seitas e falsos profetas que recrutam seus seguidores e os doutrinam.


A Igreja Católica não está preocupada com a diminuição do número de seus fiéis. Na verdade, o contrário está acontecendo. Em 2011, o Anuário de Estatística da Igreja revela que o número de fiéis cresceu em todos os continentes, em relação ao ano anterior. Houve um incremento de mais de 15 milhões de católicos.


A Igreja Católica não fica ansiosa, de olho nos dados censitários para saber se o número de católicos aumentou ou diminui no mundo. Mas a Igreja não somos nós, templo de Espírito, membros do Corpo místico que é a Igreja, em que a cabeça é Jesus Cristo? Sim. Sendo assim, consequentemente a perda no número de fiéis pode acarretar uma desestruturação na Igreja? Não. Não pode. A Igreja Católica pode até balançar mas não virará ruína como aconteceram com os impérios. Porque é uma instituição fundada pelo Espírito Santo, que nunca se extingui, que não acaba. A Igreja é dirigida por Ele que tem nós, pecadores, como tripulantes.


Antes que você faça alguma provocação dizendo que estou falando isso pelo fato de a Igreja Católica ter quase 1,2 bilhão de seguidores em todo o mundo, ou seja, é a religião com o maior número de fieis (no Brasil são mais de 123 milhões de pessoas - 64,6% da população brasileira. O Brasil é considerado o maior país do mundo em números de católicos nominais em segundo vem o México). Isso que dizer que, já que estamos numa posição confortável não é hora de se preocupar com números? Definitivamente, não é essa a questão. A Igreja Católica não se preocupa com número de fieis, com porcentagens, não porque tem o maior número de fiéis, mas porque ela não olha para os números como se pessoas fossem audiência, como que servissem para índice de ibope.


A Igreja Católica não é uma empresa que vende serviços e produtos para ter carteira de clientes. Empresas sim, precisam se preocupar com números de consumidores senão as portas fecham. Vou exagerar um pouco: na cidade onde moro, Vila Velha, todos podem da noite para o dia deixar o catolicismo, irem para outros igrejas, virarem ateus, gnósticos etc. que vou continuar sendo católico. Não estou preocupado que o meu vizinho virou evangélico. O que me preocupa é a difusão do mal no mundo, a corrupção, a má distribuição de renda, as drogas, os assassinatos. O evangélico não me preocupa. Louvo a Deus quando encontro um evangélico convicto de sua fé.


A Igreja Católica vai pregar, proclamar a palavra de Deus pelos confins do planeta faça chuva ou sol. A Igreja Católica não tem medo de nada.


Para ficar mais didático vamos dividir em três os principais motivos que fazem com uma pessoa deixe de ser católica e vá, por exemplo, para uma igreja evangélica.


1º Motivo: Católicos deixam a Igreja por que não a conhecem. Esse é o principal motivo. Não conhecem a religião que segue, não conhecem os dogmas, a história da Igreja. Esses não sabem nem o que estão fazendo dentro da Igreja;


2º Motivo: Católicos que mesmo conhecendo a Igreja na hora da provação, quando o “bicho começa a pegar” eles não aguentam e pulam do barco, indo atrás de religiões que pregam a prosperidade. São católicos que não aguentaram o tranco, o rojão, como se diz. O sistema aqui é na base da Cruz de cada dia. Muita gente não aguenta e pula fora;


3º Motivo: São os filhos pródigos. São os revoltados sem causa. Vivem, se alimentam, aprendem com a Igreja, adquirem conhecimentos sobre a fé e depois de algum tempo se revoltam contra a Igreja, sempre batendo em algum ponto. Dizem que concordam com 97% das coisas da Igreja, mas pelos três por cento que encasquetou, que colocou na cabeça que a Igreja “ainda não abriu os olhos” resolve sair. Daí tenta provar por a mais b que a Igreja está errada. Vai perder seu tempo. Esse é o filho auto-suficiente. Que leu meia dúzias de livros, ouviu umas duas pessoas falando contundentemente contra a Igreja e vira a casaca. Esse é tanto o fraco do motivo 2, mas acrescido da revolta. Esses são mais enjoados. A Igreja tem que ser mais misericordiosa.


Mas por que estou chamando-os de filhos da Igreja se eles mesmos não se consideram. É o mesmo que um filho revoltado falar que odeia sua mãe e que vai embora. Ele não deixará de ser filho e quando voltar a mãe o estará esperando.


Leia os seguintes tópicos abaixo retirados do site Associação Cultural Montfort:


• Ao longo da história da Igreja, houve sempre o dogma de que só há uma Igreja verdadeira, e fora dela não há salvação. Sendo assim, não há liberdade religiosa, de crença, de culto;


• Credo de Santo Atanásio (séc. IV), oficial da Igreja Católica: ” Todo aquele queira se salvar, antes de tudo é preciso que mantenha a fé católica; e aquele que não a guardar íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá para sempre (…) está é a fé católica e aquele que não crer fiel e firmemente, não poderá se salvar”.


• Papa Inocêncio III (1198-1216): “De coração cremos e com a boca confessamos uma só Igreja, que não de hereges, só a Santa, Romana, Católica e Apostólica, fora da qual cremos que ninguém se salva”.


• IV Concílio de Latrão (1215), infalível, Canon I: “…Há apenas uma Igreja universal dos fiéis, fora da qual absolutamente ninguém é salvo…”. Canon III: “Nós excomungamos e anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé sobre a qual nós, acima, explanamos…”.


• Papa Bonifácio VIII (1294-1303): “Por apego da fé, estamos obrigados a crer e manter que há uma só e Santa Igreja Católica e a mesma apostólica e nós firmemente cremos e simplemente a confessamos e fora dela não há salvação nem perdão dos pecados (…) Romano Pontífice, o declaramos, o decidimos, definimos e pronunciamos como de toda necessidade de salvação para toda criatura humana.


• Concílio de Florença (1438-1445): “Firmemente crê, professa e predica que ninguém que não esteja dentro da Igreja Católica, não somente os pagãos, mas também, judeus, os hereges e os cismáticos, não poderão participar da vida eterna e irão para o fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos, a não ser que antes de sua morte se unirem a Ela (…).


• O Concílio infalível de Trento (1545-1563) além de condenar e excomungar os protestantes, reiterou tudo o que os Concílios anteriores declararam, e ainda proferiu : “… nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus…”


• Papa Pio IV (1559-1565), um dos papas do Concílio de Trento: “… Esta verdadeira fé católica, fora da qual ninguém pode se salvar…” (Profissão de fé da Bula “Iniunctum nobis” de 1564)


• Papa Benedito IV (1740-1758): “Esta fé da Igreja Católica, fora da qual ninguém pode se salvar…”.


É preciso que você entenda que “Não há salvação fora da Igreja” (São Cipriano séc. III).


Este tipo de matéria não serve para a Igreja e nem para os fiéis da Igreja é um tipo de conteúdo que serve para quem briga por fiéis, que está preocupado com números de fiéis e na arrecadação do dízimo.


A Igreja Católica não busca quantidade, mas trabalha para cumprir o projeto de Deus aqui na terra e, portanto, se pauta na qualidade.


Os números da Igreja Católica


1. A Igreja Católica tem quase 1,2 bilhão de seguidores em todo o mundo; esse cálculo é feito com base no número de batizados. A América Latina concentra 40% desse total.


2. Dos quase 1,2 bilhão de católicos, 586 milhões vivem no continente americano, incluindo 483 milhões (41,3%) na América Latina.


3. O Brasil tem 123 milhões de fiéis.


4. O país com mais fiéis na Europa é a Itália (55 milhões), seguido por França (47 milhões) e Espanha (42 milhões).


5. Os dois continentes onde a Igreja Católica mais cresce atualmente são África – especialmente a região subsaariana -, com 186 milhões de fiéis, e Ásia, com 130 milhões. A Oceania tem 9,5 milhões de católicos.


6. Os católicos são a confissão cristã majoritária, mas outro bilhão de cristãos pertencem às diversas famílias protestantes (calvinistas, luteranos, evangélicos, metodistas e pentecostais) ou às igrejas anglicana, ortodoxa e as igrejas “pré-calcedonianas” ou orientais.


Com 2,2 bilhões de integrantes, os cristãos são o maior grupo religioso do mundo, à frente de 1,6 bilhão de muçulmanos, 1 bilhão de hinduístas e 500 milhões de budistas, segundo um estudo publicado em dezembro pelo Fórum Pew de Religião e Vida Pública.


OS NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA


Católicos: 1.195.671.000 
Padres: 412.236 
Fiel por padre: 2.900 
Bispos: 5.104 
Escolas maternais: 70.544 (6.478.627 crianças) 
Escolas primárias: 92.847 (31.151.170 alunos) 
Escolas secundárias: 43.591 (17.793.559 estudantes) 
Universitários: 3.338.455 
Hospitais: 5.305 
Asilos: 17.223 


Pesquisa: Censo IBGE 2010; Portais: Terra e UOL; Site: montfort.org.br

Da redação do 
Portal Ecclesia.


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