O portal UOL
publicou uma matéria em que dom Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de
Aparecida (SP) e presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), diz que o crescimento de evangélicos no Brasil e no mundo impulsionou
um "despertar" da Igreja Católica, que, na opinião dele, estava
"acomodada".
Na condição de
católico e de jornalista procurei explicar que para a Igreja esse tipo de
matéria, falando do percentual de católicos no mundo, não tem a menor
importância. A Igreja Católica não se preocupa nem um pouco com sensos, dados
estatísticos.
E por que a Igreja
Católica não se preocupa com números? Porque a missão evangelizadora confiada à
Igreja Católica seguirá o seu curso, com força e vigor independentemente de
dados numéricos. A Igreja Católica não briga por fiéis. Diferentemente de
religiões, seitas e falsos profetas que recrutam seus seguidores e os
doutrinam.
A Igreja Católica
não está preocupada com a diminuição do número de seus fiéis. Na verdade, o
contrário está acontecendo. Em 2011, o Anuário de Estatística da Igreja revela
que o número de fiéis cresceu em todos os continentes, em relação ao ano
anterior. Houve um incremento de mais de 15 milhões de católicos.
A Igreja Católica
não fica ansiosa, de olho nos dados censitários para saber se o número de
católicos aumentou ou diminui no mundo. Mas a Igreja não somos nós, templo de
Espírito, membros do Corpo místico que é a Igreja, em que a cabeça é Jesus
Cristo? Sim. Sendo assim, consequentemente a perda no número de fiéis pode
acarretar uma desestruturação na Igreja? Não. Não pode. A Igreja Católica pode
até balançar mas não virará ruína como aconteceram com os impérios. Porque é
uma instituição fundada pelo Espírito Santo, que nunca se extingui, que não
acaba. A Igreja é dirigida por Ele que tem nós, pecadores, como tripulantes.
Antes que você faça
alguma provocação dizendo que estou falando isso pelo fato de a Igreja Católica
ter quase 1,2 bilhão de seguidores em todo o mundo, ou seja, é a religião com o
maior número de fieis (no Brasil são mais de 123 milhões de pessoas - 64,6% da
população brasileira. O Brasil é considerado o maior país do mundo em números
de católicos nominais em segundo vem o México). Isso que dizer que, já que
estamos numa posição confortável não é hora de se preocupar com números?
Definitivamente, não é essa a questão. A Igreja Católica não se preocupa com
número de fieis, com porcentagens, não porque tem o maior número de fiéis, mas
porque ela não olha para os números como se pessoas fossem audiência, como que
servissem para índice de ibope.
A Igreja Católica
não é uma empresa que vende serviços e produtos para ter carteira de clientes.
Empresas sim, precisam se preocupar com números de consumidores senão as portas
fecham. Vou exagerar um pouco: na cidade onde moro, Vila Velha, todos podem da
noite para o dia deixar o catolicismo, irem para outros igrejas, virarem ateus,
gnósticos etc. que vou continuar sendo católico. Não estou preocupado que o meu
vizinho virou evangélico. O que me preocupa é a difusão do mal no mundo, a
corrupção, a má distribuição de renda, as drogas, os assassinatos. O evangélico
não me preocupa. Louvo a Deus quando encontro um evangélico convicto de sua fé.
A Igreja Católica
vai pregar, proclamar a palavra de Deus pelos confins do planeta faça chuva ou
sol. A Igreja Católica não tem medo de nada.
Para ficar mais
didático vamos dividir em três os principais motivos que fazem com uma pessoa
deixe de ser católica e vá, por exemplo, para uma igreja evangélica.
1º Motivo:
Católicos deixam a Igreja por que não a conhecem. Esse é o principal motivo.
Não conhecem a religião que segue, não conhecem os dogmas, a história da
Igreja. Esses não sabem nem o que estão fazendo dentro da Igreja;
2º Motivo:
Católicos que mesmo conhecendo a Igreja na hora da provação, quando o “bicho
começa a pegar” eles não aguentam e pulam do barco, indo atrás de religiões que
pregam a prosperidade. São católicos que não aguentaram o tranco, o rojão, como
se diz. O sistema aqui é na base da Cruz de cada dia. Muita gente não aguenta e
pula fora;
3º Motivo: São os
filhos pródigos. São os revoltados sem causa. Vivem, se alimentam, aprendem com
a Igreja, adquirem conhecimentos sobre a fé e depois de algum tempo se revoltam
contra a Igreja, sempre batendo em algum ponto. Dizem que concordam com 97% das
coisas da Igreja, mas pelos três por cento que encasquetou, que colocou na
cabeça que a Igreja “ainda não abriu os olhos” resolve sair. Daí tenta provar
por a mais b que a Igreja está errada. Vai perder seu tempo. Esse é o filho
auto-suficiente. Que leu meia dúzias de livros, ouviu umas duas pessoas falando
contundentemente contra a Igreja e vira a casaca. Esse é tanto o fraco do
motivo 2, mas acrescido da revolta. Esses são mais enjoados. A Igreja tem que
ser mais misericordiosa.
Mas por que estou
chamando-os de filhos da Igreja se eles mesmos não se consideram. É o mesmo que
um filho revoltado falar que odeia sua mãe e que vai embora. Ele não deixará de
ser filho e quando voltar a mãe o estará esperando.
Leia os seguintes
tópicos abaixo retirados do site Associação Cultural Montfort:
• Ao longo da
história da Igreja, houve sempre o dogma de que só há uma Igreja verdadeira, e
fora dela não há salvação. Sendo assim, não há liberdade religiosa, de crença,
de culto;
• Credo de Santo
Atanásio (séc. IV), oficial da Igreja Católica: ” Todo aquele queira se salvar,
antes de tudo é preciso que mantenha a fé católica; e aquele que não a guardar
íntegra e inviolada, sem dúvida perecerá para sempre (…) está é a fé católica e
aquele que não crer fiel e firmemente, não poderá se salvar”.
• Papa Inocêncio
III (1198-1216): “De coração cremos e com a boca confessamos uma só Igreja, que
não de hereges, só a Santa, Romana, Católica e Apostólica, fora da qual cremos
que ninguém se salva”.
• IV Concílio de
Latrão (1215), infalível, Canon I: “…Há apenas uma Igreja universal dos fiéis,
fora da qual absolutamente ninguém é salvo…”. Canon III: “Nós excomungamos e
anatematizamos toda heresia erguida contra a santa, ortodoxa e Católica fé
sobre a qual nós, acima, explanamos…”.
• Papa Bonifácio
VIII (1294-1303): “Por apego da fé, estamos obrigados a crer e manter que há
uma só e Santa Igreja Católica e a mesma apostólica e nós firmemente cremos e
simplemente a confessamos e fora dela não há salvação nem perdão dos pecados
(…) Romano Pontífice, o declaramos, o decidimos, definimos e pronunciamos como
de toda necessidade de salvação para toda criatura humana.
• Concílio de
Florença (1438-1445): “Firmemente crê, professa e predica que ninguém que não
esteja dentro da Igreja Católica, não somente os pagãos, mas também, judeus, os
hereges e os cismáticos, não poderão participar da vida eterna e irão para o
fogo eterno que está preparado para o diabo e seus anjos, a não ser que antes
de sua morte se unirem a Ela (…).
• O Concílio
infalível de Trento (1545-1563) além de condenar e excomungar os protestantes,
reiterou tudo o que os Concílios anteriores declararam, e ainda proferiu : “…
nossa fé católica, sem a qual é impossível agradar a Deus…”
• Papa Pio IV
(1559-1565), um dos papas do Concílio de Trento: “… Esta verdadeira fé
católica, fora da qual ninguém pode se salvar…” (Profissão de fé da Bula “Iniunctum
nobis” de 1564)
• Papa Benedito IV
(1740-1758): “Esta fé da Igreja Católica, fora da qual ninguém pode se
salvar…”.
É preciso que você
entenda que “Não há salvação fora da Igreja” (São Cipriano séc. III).
Este tipo de
matéria não serve para a Igreja e nem para os fiéis da Igreja é um tipo de
conteúdo que serve para quem briga por fiéis, que está preocupado com números
de fiéis e na arrecadação do dízimo.
A Igreja Católica
não busca quantidade, mas trabalha para cumprir o projeto de Deus aqui na terra
e, portanto, se pauta na qualidade.
Os números da
Igreja Católica
1. A Igreja
Católica tem quase 1,2 bilhão de seguidores em todo o mundo; esse cálculo é
feito com base no número de batizados. A América Latina concentra 40% desse
total.
2. Dos quase 1,2
bilhão de católicos, 586 milhões vivem no continente americano, incluindo 483
milhões (41,3%) na América Latina.
3. O Brasil tem 123
milhões de fiéis.
4. O país com mais
fiéis na Europa é a Itália (55 milhões), seguido por França (47 milhões) e
Espanha (42 milhões).
5. Os dois
continentes onde a Igreja Católica mais cresce atualmente são África –
especialmente a região subsaariana -, com 186 milhões de fiéis, e Ásia, com 130
milhões. A Oceania tem 9,5 milhões de católicos.
6. Os católicos são
a confissão cristã majoritária, mas outro bilhão de cristãos pertencem às
diversas famílias protestantes (calvinistas, luteranos, evangélicos, metodistas
e pentecostais) ou às igrejas anglicana, ortodoxa e as igrejas
“pré-calcedonianas” ou orientais.
Com 2,2 bilhões de
integrantes, os cristãos são o maior grupo religioso do mundo, à frente de 1,6
bilhão de muçulmanos, 1 bilhão de hinduístas e 500 milhões de budistas, segundo
um estudo publicado em dezembro pelo Fórum Pew de Religião e Vida Pública.
OS
NÚMEROS DA IGREJA CATÓLICA
Católicos:
1.195.671.000
Padres:
412.236
Fiel por padre:
2.900
Bispos: 5.104
Escolas maternais:
70.544 (6.478.627 crianças)
Escolas primárias:
92.847 (31.151.170 alunos)
Escolas
secundárias: 43.591 (17.793.559 estudantes)
Universitários:
3.338.455
Hospitais:
5.305
Asilos:
17.223
Pesquisa: Censo
IBGE 2010; Portais: Terra e UOL; Site: montfort.org.br