sábado, 4 de fevereiro de 2012

Liturgia Dominical: Evangelho da Semana

V Domingo do Tempo Comum – “Curou muitas pessoas de diversas doenças.”

Cor Verde
1ª leitura: Jó 7,1-7
Salmo: Sl 147
2ª leitura: 1Cor 9,16-19.22-23
Evangelho: Mc 1,29-39



1ª LEITURA – Leitura do Livro de Jó

Jó disse: 1“Não é acaso uma luta a vida do homem sobre a terra? Seus dias não são como os dias de um mercenário?
2Como um escravo suspira pela sombra, como um assalariado aguarda sua paga, 3assim tive por ganho meses de decepção, e couberam-me noites de sofrimento. 4Se me deito, penso: Quando poderei levantar-me? E, ao amanhecer, espero novamente a tarde e me encho de sofrimentos até ao anoitecer.
6Meus dias correm mais rápido do que a lançadeira do tear e se consomem sem esperança.
7Lembra-te de que minha vida é apenas um sopro e meus olhos não voltarão a ver a felicidade!"

SALMO RESPONSORIAL

— Louvai a Deus, porque ele é bom e conforta os corações.
— Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom,/ cantai ao nosso Deus, porque é suave:/ ele é digno de louvor, ele o merece!/ O Senhor reconstruiu Jerusalém,/ e os dispersos de Israel juntou de novo.
— Ele conforta os corações despedaçados,/ ele enfaixa suas feridas e as cura;/ fixa o número de todas as estrelas/ e chama a cada uma por seu nome.
— É grande e onipotente o nosso Deus,/ seu saber não tem medida nem limites./ O Senhor Deus é o amparo dos humildes,/ mas dobra até o chão os que são ímpios. 

2ª LEITURA – Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios


Irmãos: 16Pregar o Evangelho não é para mim motivo de glória. É antes uma necessidade para mim, uma imposição. Ai de mim se eu não pregar o Evangelho!
17Se eu exercesse minha função de pregador por iniciativa própria, eu teria direito a salário. Mas, como a iniciativa não é minha, trata-se de um encargo que me foi confiado.
18Em que consiste, então, o meu salário? Em pregar o Evangelho, oferecendo-o de graça, sem usar os direitos que o Evangelho me dá. 
19Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.
22Com os fracos, eu me fiz fraco, para ganhar os fracos. Com todos, eu me fiz tudo, para certamente salvar alguns. 23Por causa do Evangelho eu faço tudo, para ter parte nele.

EVANGELHO – Evangelho de Jesus Cristo, segundo Marcos

Naquele tempo, 29Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, para a casa de Simão e André.
30A sogra de Simão estava de cama, com febre, e eles logo contaram a Jesus.
31E ele se aproximou, segurou sua mão e ajudou-a a levantar-se. Então, a febre desapareceu; e ela começou a servi-los.
32À tarde, depois do pôr-do-sol, levaram a Jesus todos os doentes e os possuídos pelo demônio.
33A cidade inteira se reuniu em frente da casa.
34Jesus curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem ele era.
35De madrugada, quando ainda estava escuro, Jesus se levantou e foi rezar num lugar deserto.
36Simão e seus companheiros foram à procura de Jesus.
37Quando o encontraram, disseram: “Todos estão te procurando”.
38Jesus respondeu: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”.
39E andava por toda a Galiléia, pregando em suas sinagogas e expulsando os demônios 

“Curou muitas pessoas de diversas doenças.”

Irmãos e irmãs, neste quinto Domingo do Tempo Comum, na leitura do Livro de Jo, nós somos questionados: “não é acaso uma luta a vida do homem sobre a Terra? Seus dias não são como dias de um mercenário?” De fato, nós vivemos como escravos que suspiram pela sombra; como assalariados aguardando ansiosos nossos pagamentos: ganhamos decepção e sofrimentos nesta vida.
Irmãos, nossos dias nesta vida correm rápido e se consomem sem esperança. Lembremo-nos de que nossa vida é apenas um “sopro” e nossos olhos não voltarão a ver a felicidade... Esta não é uma visão pessimista da realidade humana, mas sim a real consciência da precariedade da nossa condição de criaturas finitas, profundamente marcadas pelo pecado e, consequentemente, pela dor e morte.
Irmãos, com o Salmista louvemos o Senhor, porque Ele é bom; cantemos ao nosso Deus, porque é suave: Ele é digno e merecedor de todo louvor! O Senhor reconstrói nossas esperanças e perdoa os pecadores, porque infinita é sua misericórdia. Seu julgamento não é segundo a justiça, mas segundo o Amor. O Senhor conforta os nossos corações despedaçados, enfaixa as feridas de nossas almas e as cura. Ele é grande e onipotente, sua sabedoria não tem medida nem limites. O Senhor Deus é o amparo dos humildes, mas dobra até o chão os ímpios.
Irmãos, na leitura da Carta aos Coríntios, o Apostolo Paulo nos ensina que pregar o Evangelho não deve ser para nos motivo de gloria: é uma necessidade, uma imposição! Ai de nos se não pregarmos a “Boa Nova” do Senhor que nos liberta das amarras do Maligno. A iniciativa de pregar não é nossa, mas do Senhor; é um encargo que nos foi confiado no dia de nosso Batismo: não podemos fugir dele.
O salário do pregador consiste no privilégio de cumprir a nobre missão de levar a boa nova do Reino, oferecendo de graça o que de graça recebemos. Deste modo, livres em relação a todos, ganhamos o maior numero possível de almas para Deus: o que importa não é a beleza oratória da pregação, mas a eficácia espiritual em vista da conversão dos ouvintes da mensagem anunciada.
Irmãos, no Evangelho segundo Marcos, ouvimos que Jesus curou muitas pessoas de diversas “doenças” e expulsou muitos “demônios”. E não deixava que os demônios falassem, pois sabiam quem Ele era. Não podemos, erroneamente e contra a doutrina da Igreja, pensar que os demônios não existem e que as possessões diabólicas são apenas “doenças”: o Evangelho é muito claro — Jesus curava doenças e expulsava demônios. A “cura” que Jesus nos traz está em dois níveis: no nível material Ele nos cura as doenças físicas e psíquicas; no nível espiritual ele perdoa os pecados e expulsa os demônios.
Segundo a perene doutrina da Igreja os demônios são Anjos: criaturas de Deus feitas boas e puramente espirituais, ou seja, desprovidas de corpos. Eles se rebelaram contra Deus, seguindo Satanás: a criatura mais perfeita e bela; também chamado de Lúcifer — Luz da manha. A astúcia de Satanás fez com que o pecado entrasse no mundo dos Puros Espíritos e, também, no mundo sensível das criaturas materiais.
Satanás e os seus demônios existem e estão entre nós, em uma guerra invisível, mas muito real; atacando nossas faculdades superiores, ou seja, nossa inteligência e nossa vontade livre: é indispensável que aprendamos a diagnosticar sua presença maligna e a nos proteger com os sacramentos e oração.
Jesus ainda disse aos seus discípulos: “Vamos a outros lugares, as aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim”. Não deixemos a Palavra morrer dentro de nós como uma semente que não encontrou terra fértil e condições favoráveis: façamo-la frutificar abundantemente levando as verdades ouvidas a todas as criaturas da Terra.
Amem!

Por Professor José Fad
Reflexão retirada de Revista Ecclesia, Ano 2, nº 7
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