A Arquidiocese do Rio
de Janeiro informou no fim da noite desta segunda-feira, 9 de julho, a morte do
arcebispo emérito do Rio de Janeiro, Cardeal Eugênio de Araújo Sales, aos 91
anos, vítima de um infarto enquanto dormia em sua casa no bairro do Sumaré, na
capital carioca. “Foi um homem que seguiu Jesus Cristo, que soube estar
presente nos momentos do Brasil”, avaliou dom Orani
João Tempesta, em entrevista aoJornal da
Globo, na madrugada
desta terça-feira.
Atualmente, dom Eugênio era o
mais antigo cardeal da Igreja Católica. Teve uma presença importante na questão
dos refugiados, e foi uma referência para o Vaticano em relação à Igreja no
Brasil. “Lembramos de sua atuação na Favela do Vidigal, ajudando os mais necessitados.
Foi alguém que nunca deixou a fidelidade ao seu amor à Igreja e ao Santo
Padre”, recordou dom Orani.O velório ocorrerá
durante esta terça-feira na Catedral Metropolitana de São Sebastião, no centro
do Rio. Já o enterro ainda não tem data marcada, mas está previsto para
quarta-feira, quando o irmão de dom Eugênio, dom Heitor Sales, que foi
arcebispo de Natal (RN) voltar de uma viagem à Europa.
Biografia
Dom
Eugênio Salles nasceu
em Acari (RN) no dia 8 de novembro de 1920, e fez seus primeiros estudos em
Natal onde ingressou, em 1931, no Seminário Menor. Os cursos de Filosofia e
Teologia foram realizados Seminário da Prainha, em Fortaleza. A ordenação presbiteral ocorreu em dia 21 de
novembro de 1943.
Com
apenas 33 anos, em 1954, foi nomeado bispo auxiliar de Natal pelo papa Pio XII.
Em 1962 foi designado administrador apostólico da Arquidiocese de Natal, função
que exerceu até a chegada de dom Nivaldo Monte, em 1965. Em seguida, tornou-se
administrador apostólico da Arquidiocese de Salvador e, quatro anos depois,
arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, pelo papa Paulo VI.
No
período em que esteve em Salvador, dom Eugênio foi o criador das Comunidades
Eclesiais de Base, da Campanha da Fraternidade e do Movimento de Educação de
Base. Foi também um dos primeiros a implantar o Diaconato Permanente na Igreja
no Brasil. No tempo da Ditadura Militar, realizou, em segredo, diversas ações
em prol do abrigo a perseguidos políticos.
Em
1969, dom Eugênio foi criado cardeal presbítero pelo papa Paulo VI, e chegou a
ocupar cargos em onze congregações no Vaticano. Em 13 de março de 1971, foi
nomeado para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, função que exerceu até 2001,
quando sua renúncia foi aceita. Ele já estava com 80 anos de idade.
Sua
atuação teve como inspiração o seu lema episcopal, fundamentado na Carta de São
Paulo aos Coríntios: "Impendam et Superimpendar" (2 Cor 12,15): “De muito boa vontade darei o que é meu,
e me darei a mim mesmo pelas vossas almas, ainda que, amando-vos mais, seja
menos amado por vós”.
Retirado de www.diocesedesaojoaodelrei.com