“Filhinhos, por pouco tempo estou ainda
convosco. Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos
amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros”. (Jo 13,
33-34).
São
João soube de modo tão completo e profundo narrar para nós qual teria sido o
conteúdo das conversas de Jesus com seus apóstolos a partir do momento em que
eles se encontram para celebrar a páscoa judaica antes de sua prisão e
condenação a morte de cruz. Do 13º capítulo ao 17º, Jesus partilha com eles
seus sentimentos de tristeza sim, pela separação eminente, mas ao mesmo tempo
os confirma a continuar o que aprenderam com
Ele, querendo dizer que eles de fato eram seus amigos escolhidos e amados. De
todos os ensinamentos o que mais se repete é a necessidade de que os apóstolos
sejam capazes de permanecer em Jesus e amar como Ele os amou.
Na
vivência dos primeiros cristãos, pelo testemunho do livro dos Atos dos
Apóstolos, como também pelas Cartas Apostólicas e pelo Apocalipse, constatamos
que os primeiros cristãos colocaram em prática tais ensinamentos. A Igreja foi
se constituindo pelo testemunho da fé e da vivência do amor entre os cristãos.
Esta postura também os levou a dar a vida por Jesus Cristo e pela Igreja, como
nos demonstram as perseguições a eles feitas pelos Imperadores Romanos.
Nossa
identificação como seguidores de Jesus Cristo, isto é, como cristãos, tem este
itinerário. Descobrimos quem é o que significa Jesus Cristo para nós. Somos
batizados e professamos a fé. E a expressão coerente de nossa fé e vivência
devem concretizar pela prática da caridade e do amor. É este o ensinamento
recebido na carta de São Tiago: “Que adianta alguém dizer que tem fé, quando
não a põe em prática?” (Tg 2, 14).
Dom Célio de
Oliveira Goulart
Bispo Diocesano de São
João Del Rei