Como todas as manhãs, o Papa celebrou a missa na capela da Casa Santa
Marta.
Em sua homilia, comentou a história de Tobit e Sara, da primeira leitura
do dia, que vivem situações dramáticas. Tobit fica cego, colocando em risco a
própria vida. Sara casa com sete homens que morrem na noite de núpcias. Eles se
lamentam, mas não blasfemam:
“Lamentar-se diante de Deus não é um pecado. O Senhor ouve, escuta as
nossas lamentações. Pensemos em Jó, que diz: ‘Maldito o dia em que vim ao
mundo…’. Também Jeremias, no capítulo 20: ‘Maldito o dia…’. Lamentam-se
inclusive com uma maldição, mas não ao Senhor, mas àquela situação.”
Isso é humano, disse o Papa. Há tantas situações trágicas, como crianças
desnutridas, refugiados, doentes terminais. Mas a essas pessoas devemos pensar
com a nossa carne, com o nosso coração; e não de maneira acadêmica, com as
estatísticas, mas sim humana. Nesses casos, é preciso fazer o que diz Jesus, ou
seja, rezar:
“Rezar por elas. Elas devem entrar no meu coração, devem ser uma
inquietação para mim: o meu irmão sofre, a minha irmã sofre. Eis…o mistério da
comunhão dos Santos: rezar ao Senhor. Rezar, permitam-me dizer, com a carne:
que a nossa carne reze. Não com as ideias. Rezar com o coração”.
Mesmo pedindo para morrer, as orações de Tobit e Sara se dirigem ao
Senhor, nos dão esperança porque foram de alguma maneira acolhidas por Deus,
que cura Tobit e dá finalmente uma marido a Sara. “As orações sempre chegam à
glória de Deus, sempre, quando vêm do coração”, afirmou.
Por fim, Francisco convidou a rezar por quem vive situações dramáticas e
sofrem tanto e como Jesus na Cruz, que gritam: ‘Pai, por que me abandonaste?’.
“Rezemos para que a nossa oração chegue e seja um pouco de esperança para todos
nós.”
Fonte: News.Va