“Senhor, não te incomodes, pois não sou
digno de que entres em minha casa”.(Lc 7, 6).
Jesus
teve de modo muito claro a consciência de que viera para trazer a salvação para
todos. Nesta passagem do evangelho situamos a postura de um centurião romano
que, ouvindo falar sobre Jesus, pede que alguns anciãos judeus intercedam junto
a Jesus por um seu empregado que está muito doente. Jesus se manifesta aberto a
atendê-lo e se propõe a ir ao encontro daquela pessoa, que, no entanto, tem uma
postura de humildade e de confiança. De
humildade, por não se achar digno de receber Jesus. De confiança, por acreditar
no poder de Jesus que seria capaz de afastar a doença do seu empregado com uma
só palavra.
A
missão de Jesus não se limita ao povo de Israel. Ele veio para fazer o bem a
todos. Tem abertura de coração para acolher e valorizar o testemunho de amor e
confiança das pessoas. Com isto aponta para a missão da Igreja e daqueles que
desejam seguí-Lo. Nas demais leituras
do domingo abre-se igualmente esta perspectiva, quando o Rei Salomão aponta
para o Templo de Jerusalém como um lugar de acolhida para todos os povos e
quando São Paulo mostra como verdadeiro e único o evangelho da
salvação que nos trouxe Jesus.
A
Igreja tem consciência de ser a casa da acolhida. É o que se pede nas
Diretrizes Gerais da CNBB, como também é um dos projetos trabalhados em nossa
Assembleia Diocesana de Pastoral. Para fazermos esta experiência devemos nos
espelhar na atitude de Jesus. Também que seja sempre sincera nossa afirmação
antes da comunhão eucarística quando dizemos: “Senhor,
eu não sou digno de entreis em minha morada, mas dizei uma palavra e serei
salvo”.
Dom Célio de
Oliveira Goulart
Bispo Diocesano de São
João Del Rei