
“Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?” (Lc 10, 25).
A
passagem do evangelho deste domingo é conhecida como a parábola do Bom
Samaritano. Diante da
pergunta de um mestre da Lei, que de fato sabia muito bem os Mandamentos da Lei
de Moisés, mas que parece ignorar quem era o seu próximo, Jesus, de modo tão
objetivo descreve para aquele homem e para nós hoje também que o próximo é quem
precisa de nós. Jesus leva o mestre da Lei a reconhecer que próximo é aquele de
quem eu me aproximo com misericórdia. Compassivo como Deus é aquele que se
aproxima para oferecer consolo e cuidar dos desvalidos até que sua dignidade e
sua vida fiquem totalmente restauradas.
Fazer-se próximo dos
marginalizados para viver a “lei de Cristo”, passa por: Libertar-se de
preconceitos e sensibilizar-se diante da dor do irmão. Tomar consciência da
honra inerente a todo homem por ser filho de Deus e membro da humanidade,
independentemente de sexo, religião, condição civil e social... Dar tempo e
colocar os bens a serviço do outro, como sinal autêntico da doação do
ser. Acompanhar o processo de cura, sinal de que a pessoa é o que
importa. O discípulo de Jesus não se compadece em razão de uma “função”, de uma
idéia religiosa ou motivado por ideologias, mas pela “lei de Cristo” e pela
imitação de seus sentimentos (Fl 2,5). A caridade cristã não pode ter o “tempo
contado”, nem desconhecer “rostos” ou “necessidades”. Deve sempre agir de
coração, somatizando o amor.
De nós, cristãos, seguidores de Jesus, sabemos que se espera
uma postura de “bons samaritanos”, principalmente através das Pastorais Sociais
que funcionam em nossas Paróquias. Há muito que fazer, para que assim
descubramos o rosto de Jesus em nossos irmãos sofredores.
D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo Diocesano
Fonte: www.diocesedesaojoaodelrei.com.br