A
praça de São Pedro não é mais a mesma. Na manhã desta quarta-feira, 22 de maio,
uma multidão animadíssima acompanhou o Papa Francisco na audiência geral que
ele concede todas as semanas.
“O
Papa Francisco trouxe vida e alegria para esta cidade”, disse Antonello Franci,
42 anos, taxista. Ele conta que a esposa é membro da Ação Católica e que o Papa
não é um homem de apenas palavras bonitas, mas “uma pessoa que tem sempre o
objetivo de iluminar a prática das pessoas”.
O
tráfego nas imediações do Vaticano fica caótico nas primeiras horas da manhã e
quem quer ficar próximo dos corredores por onde Francisco passa chegam à praça
antes das 7 da manhã. O Papa chega pontualmente as 10.30hs e percorre,
sorridente, longos percursos para ver as pessoas, beijar as crianças e levantar
os braços para o povo. “Ele é muito simpático”, diz uma senhora italiana de
cabelos brancos que acompanha crianças da sua escola.
Antes
da chegada do Papa, pessoas informavam ao microfone o nome das escolas que
enviaram alunos. Eram muitas escolas públicas e católicas. Um jovem passa
enrolado numa bandeira brasileira, conversa com uma senhora de um grupo de
Brasília e faz pose para ser fotografado. No final, a senhora sugere: “se
quiser, passo a foto para você por e-mail”. Ele concorda com um sorriso largo.
O
clima de gentileza e de cuidado toma conta da praça. O Papa começa a falar.
Aplausos. Ele, visivelmente desconfortável em ler também porque o vento da
manhã ensolarada atrapalhava, levanta os olhos, faz gestos e diz: “o egoísmo
nos leva para baixo e traz a tristeza. O Espírito Santo nos leva para o alto e
nos presenteia com alegria”. Aplausos.
“Francesco
envia comentários breves que ficam na cabeça das pessoas”, diz um padre baiano
que faz mestrado numa faculdade de Roma. “Ele tem escolhido mensagens curtas,
conteúdo forte e plenos de ternura”, continua o padre. “Essa postura tem
conquistado as pessoas e transformado essa praça num lugar melhor a cada
semana”, conclui. Logo depois, da audiência, chove forte.