terça-feira, 8 de abril de 2014

Setenário das Dores – 3º dor de Maria: A perda do Menino Jesus no Templo

Hoje venho trazer ate vocês, uma pequena reflexão sobre a 3º dor de Maria: A perda do Menino Jesus no Templo.

A passagem do evangelho que hoje estamos refletindo aparece apenas em São Lucas. O jovem Jesus, então com doze anos, acompanha Maria e José a Jerusalém na peregrinação para a Páscoa judaica. No dia de voltar, Jesus ficou em Jerusalém e seus pais, acreditando que ele estivesse à frente com os seus parentes, iniciaram a viagem de volta para Nazaré. Porem, Notando o erro, eles começaram a procurar Jesus por todo o canto. Imagina a agonia que esses pais passaram. Perguntavam pra um, perguntavam pra outro e não conseguiam encontra-lo. Então eles tomaram a decisão de voltar a Jerusalém para tentar achar o seu filho. Depois de longos três dias de procura e muita preocupação, finalmente acharam Jesus no Templo, discutindo com os anciãos, que estavam "admirados" com sua sabedoria e inteligência, especialmente por sua pouca idade.


Quem já teve um filho perdido sabe ou entende o desespero que Maria teve ao perceber que Jesus havia se perdido e não estava com nenhum de seus parentes. Deve ser um estado de pânico daqueles que você começa a rezar o Pai Nosso um atrás do outro e não conseguir termina nenhum. Qualquer mãe ou pai aqui presente pode avaliar melhor do que eu, a aflição que e a perda de um filho. Muitos que passaram por esta triste experiência ficaram desesperados, perdendo ate mesmo o gosto pela vida. Está é uma dura realidade que acontece todos os dias em nosso meio e que presenciamos através do radio, da TV e da internet. É grande número de pais e mães que procuram por seus filhos perdidos.

Quando foi finalmente repreendido por Maria, Jesus respondeu: Por que me procuráveis? Não sabia que eu devia estar na casa de meu Pai? Não creio que Jesus tenha feito isso por alguma travessura ou molecagem, mas ele era orientado por algo dentro de si que começava a pulsar e incomodá-lo: a vontade de fazer as coisas do Pai.  Felizmente Maria encontrou Jesus. Maria, no entanto, guardou aquelas palavras em seu coração juntamente com a dor. Depois disso, Jesus crescia em obediência aos seus pais.

Jesus demonstrava toda a sua sabedoria aos doutores, os quais estavam de boca aberta, sem entender o que viam, e ouviam. Um menino que sabia tudo. E o pior, sabia mais do que eles. Se de um lado estavam maravilhados pela inteligência do menino, por outro estavam preocupados, pois não suportavam nenhuma concorrência. Eles eram os doutores, e então como pode ter surgido alguém que sabe mais do que eles? Ainda mais, esse alguém nada mais era do que uma criança. E como pode saber tudo aquilo sem ter estudado? Só que não se tratava de um menino qualquer. Ele era homem e Deus.

Imaginem meus amigos, a quantidade de pais e mães que sofrem todos os dias a perda de seus filhos e às vezes não mais os encontram vivos. E em alguns casos, os encontram desfigurados de sua própria figura, amargurados no mundo das drogas, da prostituição, do trafico de pessoas. Vivemos em uma sociedade que os verdadeiros valores cristãos estão sendo perdidos e os pais sofrem a perda de seus filhos para outros tipos de templos. Quem dera Deus, amado irmãos e irmãs, que toda criança ou jovem que se perdesse no mundo fosse encontrada numa igreja.

E esse tema e muito mais grave do que a gente imagina. Este ano, a CNBB nos trouxe como tema da Campanha da Fraternidade “Fraternidade e Tráfico Humano” com o lema: “É para a liberdade que Cristo nos libertou”. A Campanha da Fraternidade é um convite para nos convertermos a Deus e irmos ao encontro dos irmãos mais necessitados e sofredores, sugerindo em cada ano um assunto que afeta diretamente a dignidade humana ou a vida em sentido geral.
 
Segundo o site da Arquidiocese de São Paulo, em reportagem exibida em marco de 2014, o Tráfico de pessoas é o 2º negócio mais rentável do mundo. A estimativa é de 32 milhões de pessoas traficadas no mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas. Em terceiro lugar está o tráfico de armas. Estima-se que 4,5 milhões de pessoas são exploradas em atividades sexuais forçadas. Já em relação à exploração do trabalho infantil, por exemplo, estima-se que, para cada 10 crianças no Brasil, uma é explorada. São 860 mil crianças, de 7 a 14 anos empregadas no Brasil, este número corresponde àqueles que estão destinados a trabalhos forçados.

Concluindo, o evangelista Lucas ao retratar esse episodio da vida de Jesus, quis mostrar para cada um de nós, que Jesus mesmo com pouca idade, aos doze anos já se tornava um homem independente e com o desejo de viver os projetos que Deus Pai havia lhe proposto. Peçamos hoje ao Senhor por intermédio de Nossa Senhora das Dores, a proteção para todas aquelas mães que sofrem angustiadas a perda de seus filhos...
Deus ainda não me concedeu a graça de ser Pai. Mas humildemente como filho quero deixar a todos vocês três conselhos.
1 - Pais: Amem e cuidem de seus filhos. Sempre os protejam de todo o mal que assombra o mundo

2 - Filhos: cuidem de seus pais e deem valor ao carinho e zelo que os eles tem por cada um de nos. Pois só quem já perdeu um filho sabe como é triste essa sensação.

3 - Famílias cristãs: nunca deixem perder Jesus na vida de vocês. Que ele sempre seja o foco na vida de cada um de nos, nos guiando nessa caminhada rumo ao céu.




Claudio Elias Tadeu

Pastoral da Comunicação 
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