Hoje venho trazer ate
vocês, uma pequena reflexão sobre a 3º dor de Maria: A perda do Menino Jesus no
Templo.
A passagem do
evangelho que hoje estamos refletindo aparece apenas em São Lucas. O jovem
Jesus, então com doze anos, acompanha Maria e José a Jerusalém na peregrinação
para a Páscoa judaica. No dia de voltar, Jesus ficou em Jerusalém e seus pais,
acreditando que ele estivesse à frente com os seus parentes, iniciaram a viagem
de volta para Nazaré. Porem, Notando o erro, eles começaram a procurar Jesus
por todo o canto. Imagina a agonia que esses pais passaram. Perguntavam pra um,
perguntavam pra outro e não conseguiam encontra-lo. Então eles tomaram a
decisão de voltar a Jerusalém para tentar achar o seu filho. Depois de longos
três dias de procura e muita preocupação, finalmente acharam Jesus no Templo,
discutindo com os anciãos, que estavam "admirados" com sua sabedoria
e inteligência, especialmente por sua pouca idade.
Quem já teve um filho perdido sabe ou entende o desespero que Maria teve
ao perceber que Jesus havia se perdido e não estava com nenhum de seus
parentes. Deve ser um estado de pânico daqueles que você começa a rezar o Pai
Nosso um atrás do outro e não conseguir termina nenhum. Qualquer mãe ou pai
aqui presente pode avaliar melhor do que eu, a aflição que e a perda de um
filho. Muitos que passaram por esta triste experiência ficaram desesperados,
perdendo ate mesmo o gosto pela vida. Está é uma dura realidade que acontece
todos os dias em nosso meio e que presenciamos através do radio, da TV e da
internet. É grande número de pais e mães que procuram por seus filhos perdidos.
Quando foi finalmente
repreendido por Maria, Jesus respondeu: Por que me procuráveis? Não sabia que
eu devia estar na casa de meu Pai? Não creio que
Jesus tenha feito isso por alguma travessura ou molecagem, mas ele era
orientado por algo dentro de si que começava a pulsar e incomodá-lo: a vontade
de fazer as coisas do Pai. Felizmente
Maria encontrou Jesus. Maria, no entanto, guardou aquelas palavras em seu
coração juntamente com a dor. Depois disso, Jesus crescia em obediência aos
seus pais.
Jesus demonstrava toda a sua sabedoria aos doutores, os quais estavam de
boca aberta, sem entender o que viam, e ouviam. Um menino que sabia tudo. E o
pior, sabia mais do que eles. Se de um lado estavam maravilhados pela
inteligência do menino, por outro estavam preocupados, pois não suportavam
nenhuma concorrência. Eles eram os doutores, e então como pode ter surgido
alguém que sabe mais do que eles? Ainda mais, esse alguém nada mais era do que
uma criança. E como pode saber tudo aquilo sem ter estudado? Só que não se
tratava de um menino qualquer. Ele era homem e Deus.
Imaginem meus amigos,
a quantidade de pais e mães que sofrem todos os dias a perda de seus filhos e
às vezes não mais os encontram vivos. E em alguns casos, os encontram
desfigurados de sua própria figura, amargurados no mundo das drogas, da
prostituição, do trafico de pessoas. Vivemos em uma sociedade que os
verdadeiros valores cristãos estão sendo perdidos e os pais sofrem a perda de
seus filhos para outros tipos de templos. Quem dera Deus, amado irmãos e irmãs,
que toda criança ou jovem que se perdesse no mundo fosse encontrada numa
igreja.
E esse tema e muito
mais grave do que a gente imagina. Este ano, a CNBB nos trouxe como tema da
Campanha da Fraternidade “Fraternidade e Tráfico Humano” com o lema: “É para a
liberdade que Cristo nos libertou”. A Campanha da Fraternidade é um convite
para nos convertermos a Deus e irmos ao encontro dos irmãos mais necessitados e
sofredores, sugerindo em cada ano um assunto que afeta diretamente a dignidade
humana ou a vida em sentido geral.
Segundo o site da
Arquidiocese de São Paulo, em reportagem exibida em marco de 2014, o Tráfico de
pessoas é o 2º negócio mais rentável do mundo. A estimativa é de 32 milhões de
pessoas traficadas no mundo, perdendo apenas para o tráfico de drogas. Em
terceiro lugar está o tráfico de armas. Estima-se que 4,5 milhões de pessoas
são exploradas em atividades sexuais forçadas. Já em relação à exploração do
trabalho infantil, por exemplo, estima-se que, para cada 10 crianças no Brasil,
uma é explorada. São 860 mil crianças, de 7 a 14 anos empregadas no Brasil,
este número corresponde àqueles que estão destinados a trabalhos forçados.
Concluindo, o evangelista
Lucas ao retratar esse episodio da vida de Jesus, quis mostrar para cada um de
nós, que Jesus mesmo com pouca idade, aos doze anos já se tornava um homem
independente e com o desejo de viver os projetos que Deus Pai havia lhe
proposto. Peçamos hoje ao Senhor por intermédio de Nossa Senhora das Dores, a
proteção para todas aquelas mães que sofrem angustiadas a perda de seus
filhos...
Deus ainda não me concedeu a
graça de ser Pai. Mas humildemente como filho quero deixar a todos vocês três
conselhos.
1 - Pais: Amem e
cuidem de seus filhos. Sempre os protejam de todo o mal que assombra o mundo
2 - Filhos: cuidem de
seus pais e deem valor ao carinho e zelo que os eles tem por cada um de nos.
Pois só quem já perdeu um filho sabe como é triste essa sensação.
3 - Famílias cristãs:
nunca deixem perder Jesus na vida de vocês. Que ele sempre seja o foco na vida
de cada um de nos, nos guiando nessa caminhada rumo ao céu.
Claudio Elias Tadeu
Pastoral da Comunicação