Com esta semana do advento, é acesa a terceira vela, na cor rosa. É a semana da alegria, por isso essa vela é chamada de vela dos pastores, pois foram eles os primeiros a adorarem o Menino Jesus, e depois espalharam a alegre notícia do seu nascimento.
Na liturgia, o terceiro domingo é chamado “Gaudete”, no latim, que quer dizer “Alegrai-vos”. É a primeira palavra da antífona da Missa: “Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!” (Fil 4,4). O advento é um tempo de conversão, e por isso penitencial, mas é tempo de espera da vinda do Senhor. Sendo assim, em meio ao aspecto penitencial, tem-se a cor da alegria, que na liturgia é simbolizada pela cor rosa.
Podemos ver nos textos bíblicos deste tempo este aspecto da alegria, da espera. É muito bom que tenhamos esta reflexão, pois muitos têm a fé cristã longe da alegria. É grande a importância de ajudar a que todos os cristãos tenham esta alegria interior que brota de um coração confiante no Senhor. A alegria para o cristão é sinal da presença do Espírito Santo, mesmo em meio às provas, às dores e dificuldades desta vida.
No evangelho deste terceiro domingo do advento, temos a missão de João Batista de ser “testemunha da luz”, de indicador de Cristo. Esta é exatamente a nossa missão também: levar os nossos irmãos à fé em Jesus Cristo. Por isso, a luz que trazemos em nossa vida, graças ao batismo que recebemos, devemos comunicá-la aos nossos irmãos. Devemos ajudar a que os nossos irmãos também creiam, amem e esperem em Jesus Cristo.
Aquela bela canção nos fala desta realidade da luz: “Sim, eu quero que a luz de Deus que um dia em mim brilhou, jamais se esconda e não se apague em mim o seu fulgor. Sim, eu quero que o meu Amor ajude o meu irmão a caminhar guiado por tua mão. Em tua lei, em tua luz, Senhor!”
Compreendemos assim que ser cristão, não é um privilégio, mas uma responsabilidade, uma missão. Nos diz o Senhor: “Vós sois a luz do mundo (...) Brilhe a vossa luz diante dos homens” (Mt 5, 13-16). Seguir o Cristo é ter a certeza que nele podemos confiar e a nossa missão é de levar a tantos outros de nossos irmãos ao seu encontro, a terem esta confiança nele.
Sabemos que tantos de nosso tempo não vivenciam bem a fé cristã. Tantos que não têm momentos de oração, não procuram a Igreja a fim de terem uma orientação melhor para a vida. Então somos nós os responsáveis em fazer com que estes nossos irmãos, vendo as nossas boas ações, saibam também seguir este caminho que Jesus nos indica.
Diz-nos o Papa Bento XVI: “Ser feliz com Deus significa: amar como Ele, ajudar como Ele, dar como Ele, servir como Ele» (La gioia di darsi agli altri, Ed. Paoline, 1987, p. 143). Sim, a alegria entra no coração de quem se coloca a serviço dos pequenos e dos pobres. Em quem ama assim, Deus faz morada, e a alma está na alegria. Se, no entanto faz-se da felicidade um ídolo, erra-se de caminho, e é verdadeiramente difícil encontrar a alegria da qual fala Jesus. É esta, lamentavelmente, a proposta das culturas que situam a felicidade individual no lugar de Deus, mentalidades que têm seu efeito emblemático na busca do prazer a todo custo, na difusão do consumo de drogas como fuga, como refúgio em paraísos artificiais, que se revelam depois completamente ilusórios. (Angelus de 05 de janeiro de 2008).
Oremos:
O nosso coração vos espera, Senhor Jesus. A nossa vida se abre à esperança da vossa vinda. Enchei-nos da vossa alegria, a alegria dos humildes, que em vós confiam, a alegria dos pobres que de vós tudo esperam, a alegria dos simples que sabem entusiasmarem-se. Ajudai-nos, Senhor, a estarmos sempre na alegria!
Pe. Álisson André Sacramento
Reitor do Seminário São Tiago
Vigário da Paróquia Catedral Basílica de Nossa Senhora do Pilar
Retirado de: www.diocesedesaojoaodelrei.com.br
