No
dia 27 de novembro de 1830, na capela das Irmãs Filhas da Caridade de São
Vicente de Paulo, Santa Catarina Labouré
teve uma visão de Nossa Senhora. A Virgem Santíssima estava de pé sobre um
globo, segurando com as duas mãos um outro globo menor, sobre o qual aparecia
uma cruzinha de ouro. Dos dedos das suas mãos, que de repente encheram-se de
aneis com pedras preciosas, partiam raios luminosos em todas as direções e, num
gesto de súplica, Nossa Senhora oferecia o globo ao Senhor.
“‘Este
globo que vês representa o mundo inteiro (...) e cada pessoa em particular. Eis
o símbolo das graças que derramo sobre as pessoas que as pedem.’ Desapareceu,
então, o globo que tinha nas mãos e, como se estas não pudessem já com o peso
das graças, inclinaram-se para a terra em atitude amorosa. Formou-se em volta
da Santíssima Virgem um quadro oval, no qual em letras de ouro se liam estas
palavras que cercavam a mesma Senhora: ó Maria, concebida sem pecado, rogai por
nós que recorremos a vós. Ouvi, então, uma voz que me dizia: ‘Faça cunhar uma
medalha por este modelo; todas as pessoas que a trouxerem receberão grandes
graças, sobretudo se a trouxerem no pescoço; as graças serão abundantes,
especialmente para aqueles que a usarem com confiança.’”
A
mesma visão se repetiu várias vezes, sobre o sacrário do altar-mor; ali
aparecia Nossa Senhora, sempre com as mãos cheias de graças, estendidas para a
terra, e a invocação já referida a envolvê-la.
O
Arcebispo de Paris, Dom Quelen, autorizou a
cunhagem da medalha, a que a piedade do povo deu o nome de Medalha Milagrosa.
De 1832 até 1876, data da morte da Ir. Catarina, já haviam sido cunhadas mais
de um bilhão de medalhas, a devoção se alastrava velozmente, as curas começavam
a acontecer e junto com elas, grandes conversões e testemunhos da proteção
celeste para quem a usava.
É
por tudo isso que a devoção à Nossa Senhora das Graças é tão abençoada.
Carregar a Medalha é professar o dogma da Imaculada Conceição, é aparar-se nos
corações de Jesus e Maria, é crer na proteção de Nossa Senhora: proteção contra
perigos temporais e espirituais.
Alice Alves Figueiredo
Jornal Palavra Cristã
Edição 28, Novembro-Dezembro de 2011