Você
conhece a história dessa são-joanense que será beatificada no dia 4 de maio
deste ano, em Baependi (MG)? Antes de
divulgarmos a programação para essa data e também a da Festa de 203 anos do
Batismo de Nhá-Chica que acontecerá na
comunidade de Santo Antônio do Rio das Mortes (MG), entre os dias 18 e 28 de
abril, veja agora quem foi essa serva de Deus.
Ainda
pequena Francisca de Paula de Jesus, que nasceu no Distrito de Santo Antônio do
Rio das Mortes em São João Del Rey - MG chegou
em Baependi, MG. Estava
acompanhada por sua mãe, uma ex- escrava e por seu irmão Teotônio. Com eles,
poucos pertences e uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Em
1818, com apenas 10 anos de idade, a mãe de Nhá Chica
faleceu deixando aos cuidados de Deus e da Virgem Maria as duas crianças,
Francisca Paula de Jesus e seu irmão, então com 12 anos. Órfãos de mãe,
sozinhos no mundo, Francisca Paula e Teotônio, cresceram sob os cuidados e a
proteção de Nossa Senhora, que pouco a pouco foi conquistando o coração de Nhá Chica. Esta, a chamava
carinhosamente de "Minha Sinhá" que quer dizer: "Minha
Senhora", e nada fazia sem primeiro consultá-la.
Nhá
Chica soube administrar
muito bem e fazer prosperar a herança espiritual que recebera da mãe. Nunca se
casou. Rejeitou com liberdade a todas as propostas de casamento que lhes
apareceram. Foi toda do Senhor. Se dava bem com os pobres, ricos e com os mais
necessitados. Atendia a todos os que a procuravam, sem discriminar ninguém e,
para todos tinha uma palavra de conforto, um conselho ou uma promessa de
oração. Ainda muito jovem, era procurada para dar conselhos, fazer orações e
dar sugestões para pessoas que lidavam com negócio. Muitos, não tomavam
decisões sem primeiro consultá-la, e para tantas pessoas, ela era considerada
uma "santa", todavia em resposta para quem quis saber quem ela,
realmente, era, respondeu com tranquilidade: "... É porque eu rezo com
fé".
Sua
fama de santidade foi se espalhando de tal modo que pessoas de muito longe
começaram a visitar Baependi para conhecê-la,
conversar com ela, falar-lhe de suas dores e necessidades e, sobretudo para
pedir-lhe orações. A todos, atendia com a mesma paciência e dedicação, mas nas
sextas feiras, não atendia a ninguém. Era o dia em que lavava as próprias
roupas e se dedicava mais à oração e à penitência. Isso porque sexta-feira é o
dia que se recorda a Paixão e a Morte de Nosso Senhor Jesus Cristo para a
salvação de todos nós. Às Três horas da tarde, intensificava suas orações e
mantinha uma particular veneração à Virgem da Conceição, com a qual tratava
familiarmente como a uma amiga.
Nhá
Chica era analfabeta, pois
não aprendeu a ler nem escrever, desejava somente ler as Escrituras Sagradas,
mas alguém as lia para ela, e a fazia feliz. Compôs uma Novena à Nossa Senhora
da Conceição e em Sua honra, construiu, ao lado de sua casa, uma Igrejinha,
onde venerava uma pequena Imagem de Nossa Senhora da Conceição que era de sua
mãe e, diante da qual, rezava piedosamente para todos aqueles que a ela se
recomendavam. Essa Imagem, ainda hoje, se encontra na sala da casinha onde ela
viveu, sobre o Altar da antiga Capela.
Em
1954, a Igreja de Nhá Chica foi confiada à
Congregação das Irmãs Franciscanas do Senhor. Desde então teve início bem ao
lado da Igreja, uma obra de assistência social para crianças necessitadas que
vem sendo mantida por benfeitores devotos de Nhá Chica.
Hoje a "Associação Beneficente Nhá Chica"
(ABNC) acolhe mais de 160 crianças entre meninas e meninos.
Ao
longo dos anos, a "Igrejinha de Nhá Chica",
depois de ter passado por algumas reformas, é hoje o "Santuário Nossa
Senhora da Conceição" que acolhe Peregrinos de todo o Brasil e de diversas
partes do mundo. Muitos fiéis que visitam o lugar, pedem graças e oram com fé.
Tantos voltam para agradecer e registram suas graças recebidas. Atualmente, no
"Registro de graças do Santuário", podem-se ler aproximadamente
20.000 graças alcançadas por intermédio de Nhá Chica.
A Venerável morreu no
dia 14 de junho de 1895, estando com 87 anos de idade, mas foi sepultada
somente no dia 18, no interior da Capela por ela construída. As pessoas que ali
estiveram sentiram exalar-se de seu corpo um misterioso perfume de rosas durante
os quatro dias de seu velório. Tal perfume foi novamente sentido no dia 18 de
junho de 1998, 103 anos depois, por Autoridades Eclesiásticas e por membros do
Tribunal Eclesiástico pela Causa de Beatificação de Nhá Chica e, também, pelos
pedreiros, por ocasião da exumação do seu corpo. Os restos Mortais da Venerável
se encontram hoje no mesmo lugar, no interior do Santuário Nossa Senhora da
Conceição em Baependi, protegidos por uma
Urna de acrílico colocada no interior de uma outra de granito, onde são
venerados pelos fiéis.
Retirado de
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