“Qualquer um de vós, se
não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (Lc 14, 33).
Discípulo é
todo aquele que se abre à orientação de um mestre, para que possa conhecer
melhor os ensinamentos a serem colocados em prática na sua vida. No mês de
setembro, o Mês da Bíblia, a proposta da Igreja para nós é que, através do
Evangelho de São Lucas, entremos mais profundamente no discipulado de Jesus
Cristo. Ele é nosso Mestre. Só que este Mestre é exigente! Para segui-lo,
exige-se compromisso radical, onde poderemos perder valores importantes ou até
pessoas, para que Ele possa ocupar o centro de nossa vida.
Na realidade
em que estamos vivendo, temos a tentação de construir nosso próprio caminho na
vivência da fé, encontrando sempre desculpas para justificar nossa omissão e
comodismo. Jesus falou abertamente ao discípulo que vai atrás d’Ele, deve ter a
coragem de carregar a cruz. Se Ele, que é o Filho de Deus, passou pela
humilhação, pelo despojamento, pela incompreensão, pela morte injusta na cruz,
a nós como cristãos e discípulos, coloca-se esta exigência.
A partir
desta passagem do Evangelho, é necessário avaliarmos nosso comprometimento com
Jesus Cristo e concretamente nos perguntando: como temos assumido as
conseqüências do seguimento a Ele. Caso não cuidarmos, ficaremos cristãos
medíocres, cumprindo deveres, olhando os que de fato colocaram Jesus no centro
de suas vidas e nos dando por satisfeitos de termos sido batizados, em
participar de alguns momentos da vida eclesial, ou fazer algumas devoções que
nos aliviem a consciência. Ser discípulo-missionário de Jesus deverá nos levar
ao processo de conversão constante, para nos desinstalarmos de nossa comodidade
e apostar tudo na pessoa de Jesus Mestre e Senhor de nossa vida. Saber
renunciar pequenas coisas do cotidiano nos levará a renunciar outros bens
maiores por causa de Jesus Cristo e do Reino de Deus.
D. Célio de Oliveira Goulart – Bispo
Diocesano