A Enciclopédia Católica
define o Dia de Todos os Santos como uma festa em “honra a todos os santos,
conhecidos e desconhecidos”. No fim do segundo século, professos cristãos
começaram a honrar os que haviam sido martirizados por causa da sua fé e,
achando que eles já estavam com Cristo no céu, oravam a eles para que
intercedessem a seu favor. A comemoração regular começou quando, em 13 de maio
de 609 ou 610 DC, o Papa Bonifácio IV dedicou o Panteão, o templo romano em
honra a todos os deuses, a Maria e a todos os mártires. Markale comenta: “Os deuses romanos cederam seu lugar aos
santos da religião vitoriosa”.
A data foi mudada para
novembro quando o Papa Gregório III (731-741 DC) dedicou uma capela em Roma a
todos os santos e ordenou que eles fossem homenageados em 1° de novembro. Não
se sabe ao certo por que ele fez isso, mas pode ter sido porque já se
comemorava um feriado parecido, na mesma data, na Inglaterra. The Encyclopedia
of Religion (Enciclopédia da Religião) afirma: “O Samhain continuou a ser uma festa popular entre os povos celtas
durante todo o tempo da cristianização da Grã-Bretanha. A Igreja britânica
tentou desviar esse interesse em costumes pagãos acrescentando uma comemoração
cristã ao calendário, na mesma data do Samhain. . . . É possível que a
comemoração britânica medieval do Dia de Todos os Santos tenha sido o ponto de
partida para a popularização dessa festividade em toda a Igreja cristã.”
Segundo o ensinamento da
Igreja, a intenção catequética desta celebração que tem lugar em todo o mundo,
ressalta o chamamento de Cristo a cada pessoa para o seguir e ser santo, à
imagem de Deus, a imagem em que foi originalmente criada e para a qual deve
continuar a caminhar em amor. Isto não só faz ver que existem santos vivos (não
apenas os do passado) e que cada pessoa o pode ser, mas, sobretudo faz entender
que são inúmeros os potenciais santos que não são conhecidos, mas que da mesma
forma que os canonizados igualmente veem Deus face a face, têm plena felicidade
e intercedem por nós. O Papa João Paulo II foi um grande impulsionador da
"vocação universal à santidade", tema renovado com grande ênfase no
Segundo Concílio do Vaticano.
Em Portugal, no dia de Todos
os Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos bandos para pedir o
pão por deus de porta em porta. As crianças quando pedem o pão por deus recitam
versos e recebem como oferenda: pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes,
amêndoas ou castanhas, que colocam dentro dos seus sacos de pano. É também
costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em
algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’ ou 'Dia do Bolinho'.
Esta tradição já era registrada
no século XV. Tem origem no ritual pagão do culto dos mortos, com raízes
milenares. Em 1756, também se cumpriu, 1 ano após o terremoto que destruiu
Lisboa em 1º de Novembro de 1755 em que morreram milhares de pessoas e a
população da cidade - na sua maioria pobre - ainda mais pobre ficou.
Como a data do terremoto
coincidiu com uma data com significado religioso (1 de Novembro), de forma
espontânea, no dia em que se cumpria o primeiro aniversário do terramoto, a
população aproveitou a tradição para desencadear, por toda a cidade, um
peditório, com a intenção de manter uma tradição que lembrava os seus mortos.
As pessoas percorriam a
cidade, batiam às portas e pedia que lhes fosse dada qualquer esmola, mesmo que
fosse pão, dado grassar a fome pela cidade. E as pessoas pediam: "Pão por
Deus".
Embora não advoguem a crença
no purgatório, há igrejas protestantes que também guardam o Dia de Finados. Com
efeito, é o terceiro dentre três dias consecutivos que a cristandade considera
como tendo relação especial com os mortos. O dia antes, 1.° de novembro, é o
Dia de Todos os Santos, em honra às almas dos “santos”, que se pensa já terem
chegado ao céu. E o dia anterior, 31 de outubro, é chamado “Halloween” (em
inglês) ou Véspera de Todos os Santos, e seu nome em inglês se deriva de ser a
véspera do “Dia de Todos os Hallows [Santos]”.
A respeito das fogueiras
nessa época do ano, lemos em Curiosities of Popular Customs (Curiosidades dos
Costumes Populares): “Usavam-se também fogueiras em diferentes horas e lugares,
na Noite de Todos os Santos, que é a véspera do Dia de Finados, e no próprio
Dia de Finados, o 2 de novembro. Nestes casos, as fogueiras eram consideradas
como típicas da imortalidade, e imaginava-se serem eficazes, como sinal
exterior e visível, pelo menos, para iluminar as almas [isto é, ajudá-las a
libertar-se] do purgatório.”
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_de_Todos-os-Santos
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