Uma
lenda cercada de mistério e magia
Quem nunca acreditou em Papai Noel? Um velhinho com
roupas vermelhas, barba branca, cinto e botas pretos que passa de casa em casa
para deixar presentes às famílias. De geração em geração, a lenda do Santa
Clauss ganha mais realidade no mês de dezembro, quando o mundo celebra o
nascimento de Jesus Cristo. Será que ele existe? Será lenda? Bem, isso depende
de cada um. Mas diz a história que o bom velhinho foi inspirado na figura de um
bispo que de fato existiu.
São Nicolau nasceu no século 3, em Patras, na
Grécia. Quando seus pais morreram, ele doou todos os seus bens e optou pela
vida religiosa. Com apenas 19 anos, foi ordenado sacerdote e logo tornou-se
arcebispo de Mira. Dizia-se que na cidade em que ele nasceu viviam três irmãs
que não podiam se casar por não ter
dinheiro para o dote. O pai das meninas
resolveu, então, vendê-las conforme fossem atingindo a idade adulta. Quando a
primeira ia ser vendida, Nicolau soube do que estava acontecendo e, em segredo,
jogou através da janela uma bolsa cheia de moedas de ouro, que foi cair numa
meia posta para secar na chaminé. A mesma coisa aconteceu quando chegou a vez
da segunda. O pai, afim de descobrir o que estava acontecendo, permaneceu
espiando a noite toda. Ele então reconheceu Nicolau, e pregou sua generosidade
a todo o mundo.
A fama de generoso do bom velhinho, que foi
considerado santo pela Igreja Católica, transcendeu sua região, e as pessoas
começaram a atribuir a ele todo tipo de milagres e lendas. Em meados do século
13, a comemoração do dia de São Nicolau passou da primavera para o dia 6 de
dezembro, e sua figura foi relacionada com as crianças, a quem deixava
presentes vestido de bispo e montado em burro. Na época da Contra-reforma, a
Igreja católica propôs que São Nicolau passasse a entregar os presentes no dia
25 de dezembro, tal como fazia o Menino Jesus, segundo a tradição destes tempos
e que ainda hoje continua em alguns pontos da América Latina.
Os holandeses, no século 17, levaram para os
Estados Unidos a tradição de presentear as crianças usando a lenda de São
Nicolau - a quem eles chamavam Sinter Klaas. Os verdadeiros impulsores do mito
de Santa Claus - nome que o Papai Noel recebeu nos Estados Unidos - foram dois
escritores de Nova York. O primeiro, Washington Irving, escreveu em 1809 um
livro em que São Nicolau já não usava a vestimenta de bispo, transformando-o em
um personagem bonachão e bondoso, que montava um cavalo voador e jogava
presentes pelas chaminés. Em 1823, um poema de um professor universitário,
Clement C. Moore, enalteceu a aura mágica que Irving havia criado para a
personagem, trocando o cavalo branco por renas que puxavam um trenó.
Ao longo do século 19, Santa Claus foi representado
de muitas maneiras. Ele teve diferentes tamanhos, vestimentas e expressões,
desde um gnomo jovial até um homem maduro de aspecto severo. Em 1862, o
desenhista norte-americano de origem alemã Thomas Nast realizou a primeira
ilustração de Santa Claus descendo por uma chaminé, embora ainda tivesse o
tamanho de um duende. Pouco a pouco ele começa a ficar mais alto e barrigudo,
ganhar barba e bigode brancos e a aparecer no Pólo Norte.
O símbolo de Santa Claus foi logo utilizado pela
publicidade comercial. Em 1931, a Coca-Cola encomendou ao artista Habdon
Sundblom a remodelação do Santa Claus de Nast para torná-lo ainda mais próximo.
Sundblom se inspirou em um vendedor aposentado e assim nasceu - de uma
propaganda da Coca-Cola! - o Papai Noel que a gente conhece.
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