A liberdade nos foi doada na cruz de Cristo.
Ele nos libertou e, por isso, concedeu-nos participar da plenitude de sua vida.
Na morte, deu-nos a vida; no sofrimento, conquistou para nós a plena liberdade
dos filhos e filhas de Deus.
No caminho da conversão quaresmal, a
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nos apresenta a Campanha da
Fraternidade como itinerário de libertação pessoal, comunitária e social.
Tráfico Humano e Fraternidade é o tema da
Campanha e o lema é inspirado na carta aos Gálatas: “E para a liberdade que
Cristo nos libertou.” (5,1).A escolha do tema surgiu com a proposta dos Grupos
de Trabalhos de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas e de Combate ao Trabalho
Escravo, junto à CNBB e a entidades ligadas à Pastoral de Mobilidade Humana.
O objetivo geral da Campanha da Fraternidade
é identificar as práticas de tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo
como violação da dignidade humana, mobilizando cristãos e a sociedade
brasileira para erradicar esse mal, com vista ao resgate dos filhos e filhas de
Deus.
Os objetivos específicos da Campanha é
identificar as causas e modalidades do tráfico humano e os rostos que sofrem
com essa exploração; denunciar as estruturas e situações causadoras do tráfico
humano; reivindicar, dos poderes políticos, políticas e meios de reinserção das
pessoas atingidas pelo tráfico humano na vida familiar e social; promover ações
de prevenção e de resgate da cidadania das pessoas em situação de tráfico;
suscitar, à luz da Palavra de Deus, a conversão que conduza ao empenho
transformador dessa realidade aviltante da pessoa humana e celebrar o mistério
da morte e ressureição de Jesus Cristo, sensibilizando para a solidariedade e o
cuidado às vítimas desse mal.
A situação do tráfico humano no país e no
mundo é alarmante: a Organização Internacional do Trabalho (OIT) atenta para o
aumento de vítimas do tráfico humano, do trabalho forçado e do tráfico para a
exploração sexual. De acordo com o site da Organização das Nações Unidas (ONU),
no Brasil, o tráfico de pessoas faz cerca de 2,5 milhões de vítimas por ano,
incluindo homens, mulheres e crianças, mas principalmente pessoas vulneráveis e
carentes - psicologicamente e de recursos.
O tráfico humano é o cerceamento da liberdade
e o desprezo da dignidade dos filhos e filhas de Deus.
Jesus recorda que o conhecimento da verdade
liberta: “conhecereis a verdade, e a verdade vos tornará livres” (Jo 8,32). A
verdade liberta, pois traz à luz o sentido da grandeza, da beleza, da dignidade
humana. O tráfico humano é um dos modos atuais da escravidão.
O Documento de Aparecida afirma que “ o
tráfico humano é uma das questões sociais mais graves da atualidade” (cf,
Documento de Aparecida, 7ª edição, 2008). Este tráfico é, certamente, fruto da
cultura em que vivemos. “Neste mundo da globalização, caímos na globalização da
indiferença. Habituamo-nos ao sofrimento do outro; não nos diz respeito, não
nos interessa, não é responsabilidade nossa” (Papa Francisco, Lampedusa,
Itália, 8 de julho de 2013).
O tráfico humano viola a grandeza de filhos,
destrói a imagem de Deus, cerceia a liberdade daqueles resgatados por Cristo.
As comunidades, as famílias, as pessoas certamente buscarão superar a
globalização da indiferença em relação ao tráfico humano. Provavelmente, diante
do desespero das pessoas traficadas, despertaremos para o “padecer com”. E,
assim, não seremos tomados pela globalização da indiferença que nos tirou a
capacidade de chorar. (Papa Francisco, julho de 2013).
ORAÇÃO DA CAMPANHA
Ó Deus, sempre ouvis
o clamor do vosso povo
e vos compadeceis dos
oprimidos e escravizados.
Fazei que
experimentem a libertação da cruz
e a ressureição de
Jesus.
Nós vos pedimos pelos
que sofrem
o flagelo do tráfico
humano.
Convertei-nos pela
força do vosso espírito,
e tornai-nos
sensíveis às dores destes nossos irmãos.
Comprometidos na
superação deste mal,
Vivamos como filhos e
filhas, na liberdade e na paz.
Por Cristo nosso
senhor. AMÉM
Deuslene de Deus
Pastoral da Comunicação
Adaptado
Pastoral da Comunicação
Adaptado