Nesta quarta-feira, 19, comemora-se o Dia
Mundial da Fotografia. E com o intuito de oferecer uma formação aos fotógrafos
em geral, o Jovens Conectados traz essas dicas do liturgista e coordenador da
revista italiana “Liturgia Culmen et Fons”, Enrico Finotti, sobre como
fotografar dentro das igrejas com respeito aos ritos e celebrações. Elexplica
que é preciso levar em consideração especialmente três aspectos:
1.
Sentido do sagrado
Seja ou não católico praticamente, para
realizar de forma correta o serviço fotográfico (ou vídeo) em uma celebração
litúrgica, é preciso ter o sentido do sagrado. Já quem é católico de verdade
deve ter um mínimo de consciência de que, nas celebrações litúrgicas da Igreja,
o Senhor está presente.
Estar em uma igreja não é a mesma coisa que
estar em uma praça ou em outro lugar da vida cotidiana. O católico bem formado
sentirá um impulso ao silêncio e à veneração, e cada um dos seus gestos será
inspirado por tais sentimentos.
Mas também quem não é católico, se tiver
senso de educação e respeito pelos outros, compreenderá com facilidade que é
oportuno ter uma delicada atenção nos lugares de culto, onde seus semelhantes
se encontram com o sobrenatural e exercem seu dever perante Deus segundo o que
dita sua religião.
Este sentido do sagrado, portanto, ainda que
seja específico para o cristão, deve estar presente em toda pessoa de boa
vontade inspirada pelos princípios do respeito às convicções religiosas de cada
um.
2.
Conhecimento dos ritos
O fotógrafo, repórter etc, se verdadeiramente
quiserem fazer um serviço profissional, não podem contentar-se com sua
preparação técnica, mas também identificar a estrutura geral da celebração,
seus momentos mais importantes e os passos do evento que quer fotografar ou
filmar.
É comum observar em álbuns de casamento,
crisma, primeira comunhão etc., uma desconcertante marginalização das coisas mais
importantes e a ausência dos momentos centrais e mais significativos do evento
celebrado.
Além disso, o conhecimento da celebração
ritual proporciona as melhores indicações para não atrapalhar indevidamente
sequências fortemente marcadas pela oração contemplativa e, portanto, não
suscetíveis de distrações incômodas.
3.
Regras práticas
Estabelecidos os princípios gerais, é
possível recordar algumas normas básicas de intervenção:
- Os lugares celebrativos: altar, sacrário,
ambão e sede, com toda a área do presbitério, que os rodeia a protege, não
deveriam ter jamais a presença de operadores midiáticos (fotógrafos, camera man
etc.). Os profissionais não podem subir as escadas do altar nem se aproximar
dele, nem permanecer perto do sacrário, nem aceder ao ambão, nem à sede
presidencial..
- As partes mais sagradas do rito: a Oração
Eucarística (Cânon) com a consagração e elevação; a distribuição da comunhão; a
proclamação do Evangelho e das leituras deveriam poder ser feitas com o máximo
da sacralidade e em um clima de oração e escuta atenta de Deus, que
primeiramente fala ao seu povo e depois se imola por ele e se entrega em
alimento de vida eterna. É evidente que a capacidade e a perícia de um
fotógrafo se manifestam precisamente nesses momentos singulares, ao tirar fotos
sem ser percebido.
- Um serviço lateral e escondido: é mais
fácil colocar uma câmera de vídeo em lugares fixos, porém, mais difícil o
serviço fotográfico, tanto pelos flashes como pelo necessário deslocamento em
pontos diversos.
Finotti conclui sua explicação recordando que
este serviço pode ser uma ocasião formidável para dar um testemunho de fé aos
próprios clientes. De fato, um fotógrafo com uma fé autêntica pode se tornar um
catequista singular.
Mais ainda: seu trabalho o coloca em uma
situação propícia para levar a cabo um eficaz apostolado litúrgico: quase como
um mistagogo, ele pode levar seus clientes (com seu comportamento, duas
decisões e seus conselhos, dados com cortesia e competência) ao sentido de uma
celebração litúrgica autêntica e participante.
Fonte:
site Aleteia