“Deus não é Deus dos mortos,
mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. (Lc 20, 38).
Na passagem do Evangelho
Jesus entra em confronto com os Saduceus, uma classe aristocrática de
Sacerdotes no tempo de Jesus. Eles não acreditavam na ressurreição dos mortos e
apresentam uma questão a Jesus. Ele, no entanto, vai dizer que na outra vida as
coisas são diferentes. Casamentos, bens e herança são preocupações e questões
desta vida e não da eternidade.
A vida depois da morte não
será uma reprodução de nossa sociedade, pois a ressurreição será uma autêntica
vida nova. Indicando sua própria ressurreição, sua vitória sobre a morte, Jesus
vai dizer que nosso Deus é um Deus dos vivos e não de mortos. Ele veio
confirmar que o Deus do Povo de Israel era o Deus da vida, da libertação e da
esperança. Deus não vai ao encontro de coisas mortas, mas Ele se comunica e se
deixa encontrar na dimensão da fé e na vivência cotidiana da caridade.
A ressurreição constitui o
ponto central da Boa Nova de Jesus Cristo. Na sua morte e ressurreição Ele nos
deixa a certeza de que a nossa vida deverá ser sempre orientada para a vida
eterna, que será construída a partir do nosso hoje, de como vivemos nosso
momento presente. Quando damos atenção e valor àquilo que é transitório, quando
colocamos nossa segurança em bens que se corrompem, esvazia-se o sentido de
nossa existência. Por isso o ensinamento da Palavra de Deus é incentivo para
que tudo que fizermos ou construirmos aqui neste mundo tenha uma dimensão de
eternidade.
A vida nova brotará do sofrimento
e da dor. Por isso é inútil pensarmos que viveremos sem enfrentar desafios e
dificuldades. Qual tem sido nossa atitude em tratar destas questões tão
práticas de nossa existência? Não percamos a esperança e nem a alegria mesmo
que a vida esteja às vezes apontando os caminhos difíceis a serem percorridos.
D. Célio de Oliveira Goulart
– Bispo Diocesano.