Aproxima-se o período do Carnaval e,
automaticamente, desperta em nós a ânsia em estarmos reunidos com os amigos,
buscando a diversão, a alegria, com direito a muita música e agitação! Para a
maioria, é assim! Mas, afinal, por que celebramos o Carnaval?
Etimologicamente, o termo Carnaval advém,
dentre várias interpretações, de “carne vale” que significa “adeus carne” ou
“despedida da carne”, pois que permitido o consumo de carne no tríduo que
antecede a quarta-feira de cinzas, marco da Quaresma. (período durante o qual é
recomendada a prática da penitência e abstinência de carnes vermelhas).
Desde a origem da festividade do Carnaval, há
um contraste entre o carnaval cristão e o carnaval pagão. E, de fato, percebemos
ainda hoje essa discrepância. De um lado, muitos jovens aproveitam essa data
para extravasarem seus desejos, influenciados pela sensação de ”liberdade”, em
que tudo é permitido.
É comum, portanto, vermos nos carnavais a
presença do excesso: de bebidas, de drogas, apelo sexual etc. Vale lembrar que
estes “sintomas” são perceptíveis, também, em outras épocas do ano, não apenas
no carnaval. Tal comportamento vem acompanhado do vazio, da “ressaca moral”, da
ausência daquilo que verdadeiramente é capaz de nos preencher: o amor, a paz no
coração, a liberdade de poder dizer SIM e NÃO.
“Liberdade
é ter O Amor pra se prender…”.
Por outro lado, o carnaval cristão
experimenta a verdadeira alegria de estar na presença viva e real do Amor. O
dançar, o cantar, o comportar-se muda de feição. Aqui, tudo o que é do bem e
para o bem é permitido. Todos são chamados a viver e aproveitar o tempo do
Carnaval, que é tempo de festejar, com a alegria própria que o momento requer,
sem, no entanto, extremar os excessos.
Fomos criados para amar ao próximo como a nós
mesmos; para propagar e incentivar aquilo que é bom e verdadeiro; para vivermos
conforme nos exige o senso de responsabilidade social, respeitando os limites
da coletividade. Não somos meros expectadores da vida, mas estamos aqui, para
sermos os atores, exercendo fielmente nosso papel de cristãos, com alegria e
entusiasmo, com música e dança, com amigos e familiares, com respeito e
fraternidade. Com amor!
Vivemos, sim, no mundo; e o mundo precisa,
sim, de nós: jovens de calça jeans que amam que dançam que se divertem, e que
sabem, acima de tudo, viver e fazer suas escolhas com o olhar para o Alto!
Quantos jovens desejam encontrar a felicidade que o mundo não nos proporciona?
Como é difícil, por vezes, aceitar e desejar as coisas do Pai! O mundo nos põe
à prova a todo o momento. O Carnaval alimenta em nosso espírito uma propensão
ao pecado, a desejar o que não é saudável, tirando-nos do foco. Sim, isso
acontece com muitos.
O momento é propício para que analisemos tudo
aquilo que nos mancha, que nos tira a paz de estar em paz com Deus. É tempo,
pois, de iniciar ou persistir no chamado à conversão, preparando nossos
corações para a Quaresma. Independente do local onde você for passar o
Carnaval, o segredo é não perder o senso de responsabilidade cristã.
Proponho a todos, e a mim mesma, vivenciar um
carnaval de paz, sem excessos… Um
carnaval de dentro pra fora, onde nós possamos aproveitar três dias de alegria
plena e duradoura. "Orai e vigiai, pois o espírito está pronto, mas a
carne é fraca" (Mateus 14, 38).