sábado, 1 de março de 2014

Uma reflexão cristã sobre o carnaval – como um cristão deve aproveitar

Aproxima-se o período do Carnaval e, automaticamente, desperta em nós a ânsia em estarmos reunidos com os amigos, buscando a diversão, a alegria, com direito a muita música e agitação! Para a maioria, é assim! Mas, afinal, por que celebramos o Carnaval?

Etimologicamente, o termo Carnaval advém, dentre várias interpretações, de “carne vale” que significa “adeus carne” ou “despedida da carne”, pois que permitido o consumo de carne no tríduo que antecede a quarta-feira de cinzas, marco da Quaresma. (período durante o qual é recomendada a prática da penitência e abstinência de carnes vermelhas).


Desde a origem da festividade do Carnaval, há um contraste entre o carnaval cristão e o carnaval pagão. E, de fato, percebemos ainda hoje essa discrepância. De um lado, muitos jovens aproveitam essa data para extravasarem seus desejos, influenciados pela sensação de ”liberdade”, em que tudo é permitido.

É comum, portanto, vermos nos carnavais a presença do excesso: de bebidas, de drogas, apelo sexual etc. Vale lembrar que estes “sintomas” são perceptíveis, também, em outras épocas do ano, não apenas no carnaval. Tal comportamento vem acompanhado do vazio, da “ressaca moral”, da ausência daquilo que verdadeiramente é capaz de nos preencher: o amor, a paz no coração, a liberdade de poder dizer SIM e NÃO.

“Liberdade é ter O Amor pra se prender…”.

Por outro lado, o carnaval cristão experimenta a verdadeira alegria de estar na presença viva e real do Amor. O dançar, o cantar, o comportar-se muda de feição. Aqui, tudo o que é do bem e para o bem é permitido. Todos são chamados a viver e aproveitar o tempo do Carnaval, que é tempo de festejar, com a alegria própria que o momento requer, sem, no entanto, extremar os excessos.

Fomos criados para amar ao próximo como a nós mesmos; para propagar e incentivar aquilo que é bom e verdadeiro; para vivermos conforme nos exige o senso de responsabilidade social, respeitando os limites da coletividade. Não somos meros expectadores da vida, mas estamos aqui, para sermos os atores, exercendo fielmente nosso papel de cristãos, com alegria e entusiasmo, com música e dança, com amigos e familiares, com respeito e fraternidade. Com amor!

Vivemos, sim, no mundo; e o mundo precisa, sim, de nós: jovens de calça jeans que amam que dançam que se divertem, e que sabem, acima de tudo, viver e fazer suas escolhas com o olhar para o Alto! Quantos jovens desejam encontrar a felicidade que o mundo não nos proporciona? Como é difícil, por vezes, aceitar e desejar as coisas do Pai! O mundo nos põe à prova a todo o momento. O Carnaval alimenta em nosso espírito uma propensão ao pecado, a desejar o que não é saudável, tirando-nos do foco. Sim, isso acontece com muitos.

O momento é propício para que analisemos tudo aquilo que nos mancha, que nos tira a paz de estar em paz com Deus. É tempo, pois, de iniciar ou persistir no chamado à conversão, preparando nossos corações para a Quaresma. Independente do local onde você for passar o Carnaval, o segredo é não perder o senso de responsabilidade cristã.


Proponho a todos, e a mim mesma, vivenciar um carnaval de paz, sem excessos…  Um carnaval de dentro pra fora, onde nós possamos aproveitar três dias de alegria plena e duradoura. "Orai e vigiai, pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca" (Mateus 14, 38).
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