“Todos deram do que tinham de
sobra, enquanto ela na sua pobreza ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”
(Mc 12, 44).
Nesta
passagem do Evangelho Jesus contrapõe as atitudes dos Doutores da Lei com a
postura de generosidade de uma senhora viúva que pouco possuía, mas soube
depositar sua única moeda no cofre do Templo. Os Doutores da Lei conheciam os
ensinamentos da Lei, mas suas condutas não correspondiam com a inspiração da Lei.
Pareciam ser desonestos e aproveitadores. Por isso a aplicação do ensinamento
de Jesus, mostrando que a viúva era generosa e desapegada.
A
generosidade que Jesus aprecia é uma atitude radical, porque a pessoa se priva
até do necessário; como também gratuita, porque não pede nada de volta. Assim
se portou o próprio Filho de Deus, que se entregou generosamente e com
radicalidade para a salvação da humanidade. Ele não pôs condições diante do Pai
se deveria morrer pelos santos e justos, mas se despojou totalmente de seus
direitos e na cruz deu sua vida para o resgate de todos.
Na
observância dos Mandamentos da Lei de Deus será sempre necessário verificarmos
se nossa prática moral condiz com aquilo que conhecemos e nos foi ensinado pela doutrina da Igreja. A
observância coerente da Lei de Deus nos leva à verdadeira liberdade interior,
onde tudo pode se tornar leve por termos um coração generoso e sem medidas para
amar.
Dom Célio de
Oliveira Goulart
Bispo Diocesano de São
João Del Rei